12 de janeiro de 2018

# celesteng # drama

Resenha | Tudo o que nunca contei - Celeste Ng


Título: Tudo o que nunca contei (Everything I Never Told You)
Autor: Celeste Ng
Ano de lançamento: 2017 (2014)
Editora: 
Intrínseca (The Penguin Press HC)
Páginas: 304


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Sinopse


Na manhã de um dia de primavera de 1977, Lydia Lee não aparece para tomar café. Mais tarde, seu corpo é encontrado em um lago de uma cidade em que ela e sua família sino-americana nunca se adaptaram muito bem.
Quem ou o que fez com que Lydia — uma estudante promissora de 16 anos, adorada pelos pais e que com frequência podia ser ouvida conversando alegremente ao telefone — fugisse de casa e se aventurasse em um bote tarde da noite, mesmo tendo pavor de água e sem saber nadar? À medida que a polícia tenta desvendar o caso do desaparecimento, os familiares de Lydia descobrem que mal a conheciam. E a resposta surpreendente também está muito abaixo da superfície.
Conforme analisa e expõe os segredos da família Lee — os sonhos que deram lugar às decepções, as inseguranças omitidas, as traições e os arrependimentos —, Celeste Ng desenvolve um romance sobre as diversas formas com que pais, filhos e irmãos podem falhar em compreender uns aos outros e talvez até a si mesmos. Uma observação precisa e dolorosa do fardo que as expectativas da família representam e da necessidade de pertencimento. Um romance que explora isolamento, sucesso, questões de raça, gênero, família e identidade e permanece com o leitor bem depois de virada a última página.

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A autora

Celeste Ng cresceu em Pittsburgh, Pensilvânia, e Shaker Heights, Ohio, nos Estados Unidos, em uma família de cientistas. Formou-se em Harvard e fez o mestrado em belas-artes pela Universidade de Michigan, onde ganhou o Hopwood Award. Seus ensaios e trabalhos de ficção já foram publicados na One Story, TriQuarterly, Bellevue Literary Review, Kenyon Review Online. Atualmente Ng mora em Cambridge, Massachusetts, com o marido e o filho.
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Minhas considerações

No momento em que escolhi esse livro estava a procura de novos títulos singles, pois havia finalizado uma saga e queria mudar o gênero da leitura, sendo assim não houve nenhuma razão especial para lê-lo. Porém após os primeiros capítulos, me surpreendi com a trama onde temas tão delicados foram abordados com profundidade e sensibilidade através de uma narração breve e objetiva.

Um dos assuntos abordados ao longo da leitura é a questão da xenofobia que é retratada de uma forma gritante pela autora através dos personagens, pois na história o pai de Lydia é chinês, embora tenha vivido a maior parte da vida nos Estados Unidos, e ela própria, junto com seus dois irmãos possuem fortes traços da etnia. Dessa forma chamam a atenção por onde passam e, em muitos casos, são alvos de piada por não se encaixarem em uma sociedade padronizada.

Há também o quadro crítico de depressão que a familia Lee enfrenta, começando pela protagonista póstuma e depois pelos demais membros da família após sua perda. A angustia vivenciada pela família é hora individual e hora coletiva e cada um possui seus motivos esclarecidos a cada capitulo.

Testemunhar de forma literária a morte de alguém tão jovem de forma não natural, pra mim, é muito difícil de lidar e, geralmente, são livros que me marcam bastante. Saber que aquela pessoa - embora seja um personagem fictício nesse caso - teve seus sonhos, planos, sua vida interrompida subitamente é algo que nos faz questionar qual o propósito de tudo que somos sujeitos a nos encaixar diariamente para nos sentirmos parte de algo, para sermos amados por alguém, para sermos motivo de orgulho para outros.

Quanto vale a sua felicidade?

A obra é algo que nos faz refletir sobre vários aspectos do cotidiano, seja sobre nosso emocional, profissional ou acadêmico e nos perguntar se realmente somos felizes com quem somos ou fingimos para sermos aceitos pela sociedade ao redor. 

No livro vemos a felicidade ser sufocada por um egoísmo irracional, os sonhos frustrados sobrepondo-se à prioridades reais, alguém que apavorada pelo medo do abandono se tornou omissa às próprias vontades simplesmente para ser amada, mesmo que isso lhe custasse tudo.


— Nunca sorria se não quiser — disse ela. E Hannah, quase ofuscada pelo
holofote da atenção total de Lydia, assentiu. — Lembre-se disso. 
- Página 164, Capítulo 11.



Olá leitores!
Hoje trouxe minha primeira resenha para vocês e gostaria de agradecer aos que leram até o fim. Participem do blog com a gente através dos comentários e, caso tenham se interessado pelo livro, disponibilizamos o primeiro capítulo aqui embaixo pra vocês.

Obrigada pela visita e voltem sempre!


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